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A Saudade (A Nostalgia de Câncer)

Entre as minhas idas e vindas.
Em algum lugar no meio delas, você se perdeu.
Desapareceu em meio a neblina.
Partiu para um outro caminho.
Seguiu para uma outra avenida.
Evitando os becos escuros que eu te perseguia.
Deixou-me só em uma encruzilhada.
Na encruzilhada da nossa despedida.
Perdemos o controle e mesmo assim eu não percebia.
Que se eu não fizesse nada.
Do meu mundo logo você fugiria.
E você se foi.
Deixando o nosso universo em cinzas.
Agora te abraço sem te tocar.
É como se você estivesse em outra dimensão.
Me vigiando.
Lembrando.
É como se você estivesse num lugar do passado.
E nossas lembranças são como uma máquina do tempo que nos fazem viajar através de nossos pensamentos.
Unindo nossos corpos em um brilhante e complexo sentimento.
Lembranças que fazem mundos colidirem.
Fazendo nossos corações terem uma explosão cósmica.
Criando um luar que ilumina nossas noites antes de dormir.
Fazendo as estrelas brilharem em nossas janelas trancadas pelo medo.
Unindo nossas almas mesmo que em universos paralelos.
Nessa imensidão escura que se escondemos.
Lembranças que vagam no espaço como meteoros.
Somente esperando um lugar e tempo exato para colidir.
Fazendo nossos abraços se encontrarem.
Talvez.
Talvez encontrar uma fenda no tempo que estamos distantes.
Mas ainda estamos em queda nessa atmosfera de lembranças.
Lembranças que nos trazem uma unica sensação.
Essa sensação de estarmos perdidos no espaço.
Na distância que criamos entre nós
No espaço que criamos entre nós.
Estamos longe, distantes.
Um vácuo de mágoas se manisfestou entre nós.
Eventualmente nos afastando um do outro.
Nem ao menos eu sei se você sente o mesmo.
Mas eu sinto.
Eu sinto algo.
Eu sinto a saudade.
De você.

Entre tanto espaços, entre tantos universos.
O nosso acaba de ganhar o nome de Saudade

A Saudade (A Nostalgia de Câncer)

Bruno Bernardes